Biofeedback Cardioemotion
“Sincronia é a realidade sempre presente para aqueles que têm olhos para ver.” (Carl Gustav Jung)
Desenvolvido no centro de inovação da Universidade de São Paulo (USP), pela incubadora NPT – Neuropsicotronics sob a coordenação do Dr. Marco Fábio Coghi, o CardioEmotion é um aparelho de biofeedback cardíaco, uma ferramenta complementar-integrativa importante na análise do estado psicofísico de nosso cliente.
Embora as emoções, pensamentos e sentimentos não sejam passíveis de mensuração direta, é de conhecimento da ciência, que estas funções têm estrita relação com o nosso Sistema Nervoso Autônomo e, portanto, com as alterações biológicas.
É neste sentido, que o CardioEmotion pode se tornar instrumento de grande valia, ao nos permitir mensurar de forma indireta, ou seja, através da observação das alterações dos batimentos cardíacos, os impactos que ocorrem quando uma pessoa revive momentos de tensão frente às suas memórias e lembranças, mesmo quando estas se encontram a nível inconsciente.
Mas de que forma isso acontece?
Cientistas da Califórnia, dedicados aos estudos das implicações de emoções e do estresse na variabilidade da frequência cardíaca, descobriram que o intervalo de tempo entre duas pulsações consecutivas sofre alterações de acordo com as reações do sistema nervoso autônomo e emoções vivenciadas, o que pode se tornar um importante indicador fisiológico do estresse e de patologias associadas como a ansiedade.
Atestam, ainda, que quando a mente e as emoções estão em sincronia, somos capazes de autoregular nossos pensamentos e emoções aumentando o nosso grau de consciência e percepção criando-se, assim, uma nova base psicofisiológica interna.
De acordo com o Dr. Marco Fábio Coghi, quando nos encontramos no estado de coerência cardíaca, o organismo é capaz de aumentar a sua capacidade imunológica controlando automáticamente a produção de alguns hormônios, entre eles o cortisol (hormônio do estresse) que, em excesso, pode ser nocivo à saúde. Além disso a coerência cardíaca também é capaz de estimular a nossa capacidade de concentração, tomada de decisões e o aprendizado.
Estudos constatam que o estado de coerência cardíaca ajuda a promover a homeostasia de forma natural, dando oportunidade à liberação da inteligência do corpo para estabelecer a autorregulação.
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Exemplo de Estado de Equilíbrio
Quando um indivíduo encontra-se emocionalmente equilibrado há um sincronismo entre o coração e o cérebro fazendo com que o intervalo de tempo entre as pulsações cardíacas apresentem ondas em forma sinusal, conforme exemplo abaixo:
O gráfico da variabilidade da frequência cardíaca com este formato de onda, nos indica, portanto, que a respiração, a frequência cardíaca e a pressão arterial estão em harmonia, o que permite o arraste de outras funções cíclicas do organismo, como o sistema endócrino e imunológico, garantindo uma maior homeostase física e psicológica.
Esse estado de equilíbrio entre o corpo e a mente pode ser não só monitorado, como também treinado, conforme demonstrado no gráfico abaixo, possibilitando que tenhamos uma maior performance (100% em estado de coerência cardíaca), através de alguns programas de treinamento do aparelho.
Exemplo de Estado de Desequilíbrio
Quando estamos vivenciando situações de estresse podemos ter alterações significativas em nossos batimentos cardíacos, muitas delas imperceptíveis conscientemente. Se vivenciadas por longo tempo, este estado desarmônico pode afetar a nossa saúde física e mental, como podemos observar abaixo:
Cliente sob elevado nível de estresse e ansiedade (mais do que 90 bpm). Seu sistema nervoso autônomo encontra-se em total desequilíbrio (74% do tempo ficou fora da coerência cardíaca) o que pode acarretar em futuros distúrbios psicofísicos, caso não se tomem as medidas corretivas adequadas.
Aplicações práticas do Cardioemotion (Casos Clínicos)
O aparelho de biofeedback cardíaco permite que o profissional da saúde possa ter uma visão, em tempo real, das reações fisiológicas suscitadas frente às lembranças e sistemas de crenças, perturbações estas que podem estar afetando o seu momento presente, mesmo que ele não esteja consciente de seus traumas inconscientes ou perceba a alteração cardíaca ocorrida durante o seu relato.
Por esta razão, o Cardioemotion pode ser considerado uma importante ferramenta complementar tanto para o profissional da saúde, quanto para o cliente, uma vez que auxilia a pessoa a entender, de forma mais lúdica e concreta, como se processam suas emoções. Além disso, ele fornece elementos para que o profissional ofereça uma explicação visual e didática sobre o funcionamento da interação corpo e mente, permitindo tanto a identificação dos possíveis pontos chaves responsáveis pelo adoecimento e/ou desequilibrio de seu cliente, bem como possibilita o acompanhamento do caso e possíveis progressos obtidos, através dos recursos terapêuticos empregados.
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Caso 1
A afirmação acima pode ser facilmente constatada no exemplo que se segue, obtido durante a fase de anamnese (relato de acontecimentos por faixas etárias), onde um pico na onda cardíaca é observado durante a verbalização de um fato ocorrido em sua adolescência. Embora o cliente desconhecesse, conscientemente, o grande impacto emocional desta situação sobre o seu psiquismo, pôde-se fazer um paralelo demonstrando-se como este evento ainda o estava afetando no presente determinando, inclusive, suas respostas instintivas no enfrentamento de situações com a mesma temática.
Caso 2
Cada emoção vivida é capaz de alterar toda a bioquímica do organismo (ex: bioquímica do medo, da raiva, da tristeza, etc.) ocasionando alterações físicas e/ou psicológicas.
Diante de um estímulo estressor cada pessoa terá um filtro de avaliação e enfrentamento, que variará de acordo com as experiências individuais, normas, valores sociais e culturais, traços de personalidade, etc, provocando respostas adaptativas, que quando não adequadas geram atitudes estéreis e, consequentemente, as patologias, no caso abaixo, o câncer (hipertrofia).
Durante a anamnese efetuada observou-se que as ondas cardíacas apresentaram comportamentos diferenciados, conforme o cliente descrevia os fatos vivenciados em cada fase de sua vida.
No primeiro quadro, quando as reações emocionais de desejo de ataque foram contidas e vivenciado um período de grande apatia diante da vida, a recordação das memórias traumáticas levaram o cliente a apresentar ondas cardíacas mais compatíveis a um estado de tristeza, luto, culpa chegando a 55 bpm.
Já num segundo momento da rememoração, os batimentos cardíacos chegam a atingir até 119 bpm (sem que o mesmo tivesse percepção física disto), quando começa a entrar em contato com eventos conjugais aversivos que evocaram sentimentos de raiva e ansiedade.
Em ambos os casos, foi possível detectar-se mais claramente as emoções e afetos que continuam a exercer importante impacto em seu adoecimento, auxiliando o profissional a explicar, de forma mais lúdica e didática, as repercussões de sua maneira de pensar e reagir frente aos acontecimentos.